Fanatismo e fundamentalismo. As duas palavras-chaves da
cultura pop e dos anti-cultura pop. Não, não fui ver o Bieber na sexta-feira
passada. Não, não sou fã. Mas sim, gosto dele. Nunca fui uma “belieber” (nome
dos membros deste fandom), cheguei mesmo a não puder com ele, desde que o vi há
uns bons 5 anos numa entrevista. Um puto presunçoso e convencido foi o me
pareceu.
Felizmente consegui ver um pouco mais além da
ridicularização que a sociedade faz do Justin quando este lançou o álbum Purpose
em 2015. Quem conhece o álbum sabe, ou deveria saber, que foi produzido pelos
melhores produtores de EDM-pop da atualidade. Basta ouvi-lo. E peço por favor,
a quem simplesmente não o suporta que passem a fase da ignorância e oiçam o
álbum. E façam a vossa crítica pessoal. Esqueçam que é o Biebs a cantar,
simplesmente oiçam e tentem ser imparciais. Digo-vos: o disco está
extraordinariamente bem produzido. Musicalmente falando.
Não me venham com a treta que o Justin Bieber não canta. Não
gastem essa frase. Novidade: ele canta, e não é preciso ser-se uma Whitney Houston
ou Michael Bublé para se entrar na industria musical e ser-se uma megaestrela. (Já agora, se querem falar do playback, vejam os espetáculos do La Feria. O facto de serem em playback não significa que os atores não saibam cantar.)
Basta ouvir Madonna. Ela faz tudo menos cantar “bem”. Ok, é relativamente
afinada. Mas fica por aí. Dança mais do que canta. Mas está certo. Tem o seu
mérito. Produziu as suas próprias músicas e a sua própria carreira. É tudo menos
burra e estupida. Conseguiu sempre acompanhar as tendências da música pop.
Sempre, sem exceção, até aos dias de hoje. E é o ícone que é.
Quanto à idolatrarão do JB e ao facto de surpreendentemente,
pelos vistos, interferir imenso com a vossa felicidade, não devem de certo
conhecer os Beatles. Digo eu, não sei. Penso também que nunca ouviram falar da “Beatlemania”….
Lamento por isso. Mas ficam a saber que dizem que foi em 1963 que este
movimento de fãs começou. Raparigas a gritar, a chorar e a desmaiar.